Tudo aponta que o embate entre governo e jornal A Folha de São Paulo chegou ao fim. Depois de semanas tentando na justiça o direito a acessar os exames do presidente contra o coronavírus, enfim o jornal teve acesso aos documentos. O presidente Jair Bolsonaro enviou os exames ao Supremo Tribunal Federal, ambos testando negativo.
De acordo com a AGU, para preservar a identidade de Jair Bolsonaro, foram usados nomes fictícios no documento, apenas o CPF é, de fato, o do presidente. A medida foi uma estratégia para preservar que os exames permanecessem em sigilo. A informação dos exames comprova as declarações dadas por Bolsonaro, através das redes sociais.
Os dados foram entregues sigilosamente ao ministro relator do caso, Ricardo Lewandowski, que determinou a adição dos documentos aos autos do processo sem exigir sigilo. O jornal havia anunciado que entraria com recurso no Supremo, mas antes de qualquer decisão, a AGU decidiu entregar os exames.
O primeiro exame realizado foi em nome de Airton Guedes, que a AGU afirma ser um codinome. A amostra foi coletada pelo Hospital das Forças Armadas e encaminhada para o laboratório Sabin. A amostra foi coletada logo depois da volta do presidente dos Estados Unidos. A viagem resultou em mais de 20 membros da comitiva contaminados pelo vírus.
O segundo exame data de 5 dias após o primeiro e é parte do protocolo para garantir a exatidão do primeiro resultado. Assim, novamente usando um codinome, dessa vez Rafael Augusto, Bolsonaro realizou novo teste que resultou negativo novamente.
Há ainda um terceiro exame que, segundo informações levantadas, foi realizado pelo laboratório da Fiocruz mas com amostra coletada na mesma ocasião do segundo exame. Enquanto uma amostra foi encaminhada ao laboratório Sabin, outra foi encaminhada a Fiocruz. Neste terceiro documento, no entanto, nenhum dado faz referência ao presidente Jair Bolsonaro, apenas a Paciente 05.