A família de Filipe do Nascimento, um vendedor de 22 anos, está acusando que ele foi vítima de um equívoco fatal durante a chamada Operação Escudo, realizada na Baixada Santista após a trágica morte do soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, na cidade de Guarujá, localizada no litoral do estado de São Paulo. A esposa do comerciante, que prefere não se identificar, relatou em entrevista ao site UOL que seu marido havia saído de casa para fazer compras no mercado, mas acabou sendo morto por policiais militares na noite da segunda-feira (31).
De acordo com a esposa a vítima “saiu com meu cartão e algum dinheiro no bolso para fazer compras”, logo em seguida ela afirmou ter ouvido disparos de arma de fogo na área residencial de Morrinhos 4, localizado no Guarujá.
Como sua residência é construída em madeira, ela decidiu evacuar o local junto com seus dois filhos, de 2 e 7 anos, utilizando uma bicicleta para se deslocarem. Pouco depois, um policial a abordou, e, segundo ela, o agente teria jogado sua bicicleta em um mangue e ordenou que ela retornasse ao local.
“Pra dentro, pra dentro [de casa]. Está tendo uma operação policial”, teria dito o agente de segurança.
A mulher relatou que ao chegar ao local, testemunhou a presença de corpos, e preocupada com a situação de Filipe, indagou sobre ele, mas nenhuma confirmação foi dada de que ele estivesse entre os falecidos. Apenas posteriormente, ela recebeu a informação oficial sobre o falecimento de seu marido.
Outros amigos próximos do vendedor, entrevistados pela equipe de reportagem, negaram qualquer envolvimento dele com o tráfico de drogas. Além disso, afirmaram que ele vinha trabalhando nos quiosques de praia durante os últimos três anos.
O dono do quiosque onde Felipe do Nascimento trabalhava e que pediu para não ser identificado afirmou que o jovem não tinha nenhuma ligação com o crime e que eles se tornaram amigos pelo tempo que o rapaz trabalhou com ele.