Há cerca de uma semana, foi divulgada a decisão do Governo Federal em investir bilhões de reais na compra de blindados para o exercito. A compra seria de 98 unidades, a preços que poderiam chegar em R$4,9 bilhões.
O valor inicial, segundo o governo, era de R$3,3 bilhões. No entanto, o teto do investimento era de quase R$5 bilhões. A compra foi alvo de ação popular e a decisão foi favorável a suspensão da compra.
A decisão foi assinada pelo desembargador federal Wilson Alves de Souza, do TRF-1, que destacou a incoerência do governo em bloquear verba de setores como saúde e educação, mas destinar quantias bilionárias a compra de blindados.
“Nesse contexto, vê-se claramente que o ato atacado não atende aos pressupostos de conveniência e oportunidade, pois é evidente a falta de razoabilidade, desvio de finalidade, ilegalidade e até mesmo de elementar bom senso, pois outra classificação não há quando ao mesmo tempo em que se faz cortes de verbas da educação e da saúde por falta de dinheiro, se pretende comprar armas em tempos de paz”, escreveu.
De fato, o governo vem impondo cortes de repasse de verbas para vários setores alegando falta de dinheiro. No entanto, a compra dos blindados acabou causando mal-estar depois de ser divulgada.
Nesta semana, foi divulgado um comunicado em tom de alerta do INSS ao governo, afirmando que serviços seriam interrompidos por falta de verba. Existe até mesmo o receio da falta de dinheiro para pagar aposentadorias.
O governo tem um déficit avaliado em pelo menos R$20 bilhões, que não terá condições de pagar sem romper o teto de gastos.