Após ser acusado de racismo, o segurança particular, de 36 anos, identificado como Paulo Cezar Bezerra da Silva pela polícia civil, falou com a imprensa e deu entrevista. Ele admite a agressão, mas nega ser racista.
Contrariando o relatado pela vítima identificada, o músico Odivaldo “Neno” Silva, e até mesmo de testemunhas, ele afirma que as duas agressões não tem nenhuma relação com racismo. O segurança é investigado, a princípio, apenas pela agressão contra o músico.
Em entrevista, ele afirma que conhecia Neno há alguns meses e que os dois tiveram um desentendimento. Ele relata ainda que, ao encontrar Neno na rua, foi “tirar satisfação” e acabou agredindo o músico.
O homem afirma que havia bebido e que “a situação saiu de controle”. Ele nega que tenha ordenado que o cachorro avançasse contra o homem, mas admite que não conteve o animal. “Na hora soltei a corrente (…) aí foi erro meu também”, afirma.
O segurança foi filmado agredindo outro homem negro poucas horas depois das agressões contra Neno. Ele afirma que, na segunda situação, ele próprio foi agredido. Ele afirma que o homem tentou agredi-lo por trás e que apenas reagiu.
Ainda sobre o caso, ele afirma que o homem tinha uma faca e que a arma agora está com a polícia. Uma testemunha da agressão, por outro lado, afirma que a faca caiu do próprio segurança. As duas agressões foram iguais, conforme mostram vídeos: o segurança agride com o cassetete e o cachorro também.
Segundo relatos de Neno e de, pelo menos, uma testemunha, durante as agressões o segurança fez declarações racistas e parecia confundir as vítimas com moradores de rua. Ele nega e afirma que vai colaborar com as investigações.
Ainda sobre as acusações de racismo, ele nega e afirma que “não sou racista. Tenho amigos meus que são policiais pretos”.