O pastor Valdemiro Santiago pode entrar na mira do Ministério Público por suposto crime de estelionato. Tudo aconteceu quando um vídeo, no qual o pastor promete a cura do covid-19 através de um “propósito de R$1000”, começou a circular chamando a atenção da internet. No vídeo, o pastor apresenta um exame que supostamente comprova a cura de uma pessoa em “estado terminal” da doença e atribui a recuperação do suposto paciente a uma semente.
Durante o vídeo, Valdemiro usa uma metáfora bíblica para falar sobre o “poder de Deus” através da “semeadura”. O problema é que o pastor anuncia a campanha para vender a semente por R$1000, sem sequer explicar de que planta seria a semente. No video, Valdemiro também convida grandes emissoras de tv brasileira a repercutir o vídeo, afirmando que o caso do exame apresentado é a prova da cura.
Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, vendendo semente de feijão por 1.000 ou 500 reais, como cura para o coronavírus
ALÔ, MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL! pic.twitter.com/X1zm49qE3f
— Ivo Nepita🇧🇷 (@ivonepita) May 6, 2020
Para o procurador Wellington Saraiva, no entanto, o caso pode ser configurado como estelionato. Essa suspeita se apoia em dois dados principais: primeiro, por envolver venda de produtos, a ação não se encaixa como prática religiosa, segundo o procurador; segundo, não há provas de que a semente de fato cura o covid-19, portanto, o apóstolo estaria usando de sua influência para captar valores.
O procurador enviou ao Ministério Público de São Paulo a notícia-crime onde expõe sua compreensão dos fatos, agora fica em cargo da Promotoria de São Paulo investigar o caso. No documento enviado por Saraiva, fica exposto que para obter acesso à semente, é necessário que se apresente o comprovante de compra, velando assim o acesso a fieis sem condições econômicas.
A Igrejas Mundial do Poder de Deus, bem como o próprio pastor Valdemiro Santiago, não emitiu nota a imprensa ou se manifestou através de suas redes sociais. Cabe lembrar que essa não é a primeira vez que o pastor chama a atenção, em 2014, Valdemiro foi alvo de investigação da Receita Federal por enriquecimento ilícito.