Aos 25 anos de idade, os jovens brasileiros Nathalia Munhoz e Patrick da Silva Palma de Lopes voltaram para casa depois de viver dias de pavor. Os dois deixaram o país com destino a Bangcoc, na Tailândia, atraídos por uma oferta de emprego.
O que parecia ser o pontapé para o começo de um sonho, se tornou um verdadeiro pesadelo. Ao saírem do Brasil, descobriram que não havia nenhuma oferta e emprego e que estavam, na verdade, sendo vítimas de um crime.
Nathalia e Patrick desembarcaram em Bangcoc, mas logo foram forçados a embarcarem para Myanmar. No país, foram forçados a trabalhar em um esquema de extorsão e, conforme relatam, as condições eram de escravidão.
A jovem conta que foi levada à uma espécie de condomínio residencial em KKparque, Myanmar, depois de dois dias de viagem de carro. No local, homens fortemente armados faziam o controle.
O pai da vítima conta que o regime análogo a escravidão começou no local, sob forte monitoramento de milicianos. A jovem contou em entrevista que, além da violência, as diferenças culturais eram delicadas.
“Comia tripas, lesmas, dormi em chão duro, passei fome e frio (…) Eles comem cobras, escorpiões, pato, rãs, muitos legumes, muito miojo. O café da manhã lá às vezes era miojo… a água que nos davam para beber era salobra”
As famílias precisaram se mobilizar no Brasil e pressionar as autoridades para que a situação fosse resolvida. Patrick e Nathália passaram semanas no país até conseguirem voltar ao Brasil.