No ministro da Justiça, André Mendonça assume o cargo prometendo trabalho baseado em técnica e procura se afastar de polêmicas do governo. Mendonça trabalhava como advogado-Geral da União e possui confiança do Presidente. Apesar do currículo, Mendonça provavelmente terá dificuldade para suceder Sérgio Moro em meio a tempestade formada após a saída do ex-ministro.
André Mendonça foi advogado da União por quase 19 anos, até ser nomeado advogado-Geral da União no final do ano passado. Diante da Suprema Corte, fez 10 sustentações orais em favor da condenação em segunda instância. Em 2019, com a AGU, recuperou cerca de R$7,5 bilhões aos cofres públicos através das investigações contra corrupção.
Ele possui titulação de mestrado e doutorado pela Universidade de Salamanca, na Espanha, sendo que a base de sua formação foi Direito, em Bauru, com pós em Direito Público pela UnB. Nos Estados Unidos, foi professor e pesquisador na Universidade de Stetson; Acumula publicações científicas e tem duas publicações na Espanha.
O currículo não deixa dúvidas de que se trata de um profissional capacitado. Nem todo profissionalismo, no entanto, pode blinda-lo das polêmicas que cercam o governo com a saída de Sergio Moro. Mendonça usou sua rede social para agradecer a nomeação e ressaltar que tem compromisso com a ética a a técnica. Cristão, ele desejou que “Deus nos abençoe”.
O nome de André Mendonça já circula pelas notícias desde que Jair Bolsonaro anunciou que indicaria um ministro “terrivelmente evangélico” ao STF, em novembro. A vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal será aberta em decorrência da saída de Celso de Mello, que completará 75 anos. A declaração do presidente na época não citou nomes, mas o nome de André Mendonça logo foi associado. Evangélico e teólogo, André Mendonça é pastor na Igreja Presbiteriana de Brasília. Ele também é visto como um consultor informal da bancada religiosa.