As repercussões da saída de Sérgio Moro do governo não parecem estar perto de acabar e isso pode ser sentido em todos os âmbitos possíveis. Em decisão que acata a ação movida por Aras, da Procuradoria Geral da União, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquérito para investigar os supostos crimes cometidos pelo presidente Bolsonaro e pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro.
Ao anunciar sua saída do governo, Sérgio Moro acusou Jair Bolsonaro de tentar interferir em investigações e, segundo algumas análises, outros crimes. Em seu pedido de investigação, Augusto Aras cita 8 crimes supostamente praticados por Bolsonaro e 3 crimes supostamente cometidos por Sérgio Moro. Com a abertura do inquérito, é possível que os desdobramentos desses casos ainda levem meses.
O ministro Celso de Mello ressaltou em sua decisão que os supostos crimes tem relação direta com o cargo e, por isso, a Constituição permite que Bolsonaro seja investigado por isso. Com a abertura de inquérito, é possível algumas ações como a quebra de sigilo telefônico, por exemplo. Uma das provas que Moro teria sobre os crimes esta justamente na troca de mensagens pelo whatsapp, o que poderia ser investigado e provado se verdadeiro, ou falso.
Em sua conta do twitter, Bolsonaro nega ter tido qualquer tentativa de interferência por parte de seu governo em investigações e cita a Lei 9.883/1999 e Decretos 4.386/2002 e 9.881/2019 como base para justificar seu direito em informações da Inteligência Brasileira.
Em decorrência da mesma polêmica e possível ação criminosa, Carla Zambelli, deputada pelo PSL-SP, também esta sendo alvo de pedidos de inquérito. Em ação movida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Zambelli é citada pelas mensagens trocadas com Sérgio Moro onde ela supostamente se ofereceu para mediar uma suposta nomeação do ex-ministro ao Supremo Tribunal Federal.
De acordo com a decisão de Celso de Mello, a Polícia Federal tem 60 dias para tomar o depoimento de Sérgio Moro acerca dos supostos crimes. De Mello também cobrou uma posição da PGR sobre o pedido do Senador Rodrigues de apreensão do celular de Zambelli. O ministro ainda ressaltou que a Constituição prevê que ninguém esta acima da lei e isso inclui o presidente.