Três jovens negros foram expostos nas redes sociais como “ladrões” apenas por entrarem em uma autoescola com intenção de fazer orçamento da carteira de motorista. Um dos jovens tinha intenção de se matricular.
Um dos donos do local, no entanto, fotografou os jovens e publicou a imagem dos rapazes no status do Whatsapp. Na postagem, se referia aos jovens como ladrões e clamava por justiça, inflamando seus contatos no mensageiro.
Gabriel Alexandre, de 18 anos, Jadilson Braga, de 18, e Rubenspierre Soares, de 19, decidiram mover ação contra o empresário por crime contra a honra. A advogada dos rapazes afirma ainda que a situação pode se enquadrar em outros crimes, como ameaça, calúnia, difamação e injúria racial.
Na publicação, o empresário expos o rosto dos jovens e afirmou que “por pouco não foi roubado”, afirmando ainda que essa era a intenção dos jovens no local. Rafael Santos ainda citou o presidente Jair Bolsonaro na publicação, afirmando que a solução seria “cancelar o CPF” (referência à matar) dos três jovens.
Alvo do processo, ele se diz arrependido e afirma que foi “infeliz”. Em contato com a advogada dos rapazes, o empresário concordou em publicar um vídeo se retratando, se dispôs a custear tratamento psicológico para as vítimas e acerta o valor da indenização.
Jadilson, um dos jovens que sofreu com a atitude do empresário, afirma que soube da publicação ainda na rua e teve medo de ser vítima de agressão. Logo depois, os rapazes foram até a delegacia e registraram a ocorrência.