Brasil está preparando uso de aviões para combater a possível nuvem de gafanhotos.
O governo brasileiro começou a estudar algumas medidas cabíveis para controlar a nuvem de insetos, caso chegue ao país. O Sindag (sindicato que representa empresas de aviação agrícola) disponibilizou cerca de 426 aviões pulverizadores para, se necessário, o Ministério da Agricultura utilizar.
Os aviões, que pertencem ao Rio Grande do Sul, são considerados uma das melhores armas no combate de nuvens de gafanhotos, afirma Gabriel Colle, diretor executivo do Sindag. Especialistas alertam que controlar os insetos na chegada do país é o certo a se fazer, desde que seja orientado pelas autoridades, no caso, o Ministério da Agricultura.
Conforme Gabriel disse, tal medida de combate é utilizada em operações deste tipo, inclusive em ações da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) localizada na África.
O território brasileiro já passou por uma situação como esta, em 1974, no Rio Grande do Sul. Dessa forma, o primeiro voo agrícola no país aconteceu em 19 de agosto de 1974 e tinha o objetivo de dizimar gafanhotos que estavam acabando com a região de pelotas. O Brasil possui 2.280 aeronaves deste tipo e representa a segunda colocação de maior frota de aviação agrícola.
Praga pouco conhecida
Um relatório do Ministério da Agricultura da Argentina mostrou que a espécie de gafanhoto que está avançando para a América do Sul chama-se Schistocerca cancellata e já causou muitos danos em 1960 na produção do país. Até hoje é considerada uma “praga pouco conhecida”.
Em 2015, 2017 e 2019, alguns ataques do mesmo inseto já foram relatados nos países vizinhos da Argentina. E eles já informaram que a espécie do inseto não é vetor de doença, portanto, não traz risco aos humanos.
Dados colhidos do Ministério da Agricultura do Brasil registram que estes gafanhotos estão no país desde o século 19. Grandes perdas em lavouras de arroz no sul do país foram registradas em 1930 e 1940. Porém, as nuvens não eram vistas desde então.