O marido e os setes sobrinhos de Rogelia Blanco passaram pela a situação de luto por exatamente 10 dias. A idosa de 85 anos adoeceu com o coronavírus e precisou ficar internada. Após algum tempo, o hospital informou que ela não conseguiu resistir e faleceu. Um triste enterro ocorreu, diante de um caixão lacrado, devido as orientações contra a COVID-19.
Após alguns dias, o sobrinho de Rogelia recebe a notícia de que ela estaria viva. A grande pergunta feita pelos familiares foi quem eles enterraram.
Rogelia conseguiu derrotar o vírus e sobreviver. Tudo não passou de uma grande confusão. A companheira de quarto de Rogelia, Conchita, foi a pessoa que sua família enterrou, morrendo vítima da COVID-19.
A Fundação San Rosendo, que administra a residência San Bartolomeu de Xove, onde se cruzaram os destinos das duas idosas, lamenta o que descreve como um “infeliz incidente”. As identidades dos doentes foram trocadas de alguma forma ainda sem esclarecimento. Rogelia e Conchita dividiram uma ambulância durante uma jornada acidentada de 220 quilômetros em que tiveram que trocar de veículo devido a uma quebra. Na chegada, elas foram instaladas na mesma sala.
O tremendo erro foi descoberto porque a mulher em quem eles acreditavam ser Conchita, mas era Rogelia, sobreviveu ao vírus. No início da manhã do último sábado, depois de receber alta, voltou de ambulância do centro de Pereiro de Aguiar para a residência dos Xove onde foi reconhecida. Conchita era esperada lá, mas Rogelia desceu do veículo. Após ser avisado, seu sobrinho Julio correu para a casa de saúde para explicar a Ramón que ele não era mais viúvo, uma notícia feliz, mas chocante.
A família de Rogelia critica a “falta de profissionalismo” da Fundação San Rosendo. A entidade anunciou que seus serviços jurídicos cuidarão da complexa burocracia para que a tia de Julio seja registrada como viva no arquivo oficial e o corpo de Conchita seja transferido para que ocorra um enterro com sua família real.