O último dia 8 de abril foi um dia totalmente atípico para alunos e funcionários da Escola de Referência em Ensino Médio Ageu Magalhães. Após uma crise de ansiedade coletiva, que atingiu 26 alunos, a comunidade escolar ainda tenta entender o episódio para agir na prevenção de novos casos.
A escola mobilizou seis ambulâncias da SAMU, que agiram no atendimento dos alunos. Dentre os principais sintomas apresentados, estavam sudorese, taquicardia, choro e falta de ar. Após uma avaliação dos profissionais, os adolescentes foram diagnosticados com crise de ansiedade.
Segundo apuração do Tab, Uol, o “paciente zero” foi uma aluna do 1° ano. A adolescente teria passado mal na sala, antes de realizar uma prova. Depois de desmaiar, ela foi carregada por colegas até a secretaria. Como a menina não apresentava melhoras, os colegas começaram a ficar nervosos e a informação passou a circular pelos corredores.
Alunos ouvidos pela reportagem listam a volta as aulas presenciais e a semana de provas como gatilhos que levaram ao mal-estar coletivo. “Gostei de ter voltado, mas acho que às vezes botam pressão demais e esquecem que, apesar de sermos estudantes, também temos problemas“, avaliou uma aluna ouvida pela reportagem.
Para realizar o atendimento de todos os 26 alunos, os socorristas colocaram os adolescentes deitados na grama e sentados em cadeiras, na área externa da escola. Alguns dos alunos chegaram a precisar de oxigênio, devido a baixa saturação e dificuldade para respirar.
Agora, além da pressão da volta as aulas, a cobrança e a pressão das provas, tudo ainda em um contexto de pandemia (que ainda não acabou), os adolescentes ainda lidam com o trauma de tudo que aconteceu. Muitos alunos descrevem a cena como “apocalíptica”. Pais de alunos também chegaram a escola, após receber a notícia, e descrevem como a rua havia sido interditada, com seis viaturas da SAMU na porta da escola, em uma cena traumática.
A escola agora afirma estar empenhada em reduzir os danos e lidar melhor com a saúde mental dos alunos, que por sua vez também cobram mudanças.
