Na continuação da investigação acerca das denúncias do ex-ministro Sérgio Moro contra o presidente da República Jair Bolsonaro, a Polícia Federal recebeu hoje o ex-chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A exoneração de Valeixo foi o estopim para a saída de Sérgio Moro que fez graves acusações durante a coletiva de imprensa na qual comunicou sua saída.
O Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República para investigar os supostos crimes cometidos por Bolsonaro. Sérgio Moro afirmou que Bolsonaro tentou intervir em investigações da Polícia Federal através de pressões para a mudança da superintendência da PF, concretizada com a exoneração de Valeixo com a assinatura de Moro, enquanto ele se nega ter assinado o documento.
Segundo declarações de Sérgio Moro, o governo não tinha motivos razoáveis para a troca de Valeixo. Tendo sido citado no depoimento, o ex-chefe da Polícia Federal será ouvido hoje. A nomeação do sucessor de Valeixo ao cargo foi cercada de polêmica, Rolando Alexandre de Souza acabou assumindo o cargo depois do STJ barrar a nomeação de Alexandre Ramagem.
Parte das provas apresentadas por Sério Moro é composta pelo vídeo da gravação de uma reunião ministerial onde Bolsonaro supostamente teria tentado negociar a superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro. O vídeo foi entregue a Polícia Federal, segundo a Advogacia-Geral da União, em seu conteúdo integral.
Além das possíveis provas de crime, o vídeo pode conter com outros componentes que podem gerar desconforto. Segundo informações apuradas por jornalistas, ao longo da reunião, alguns insultos podem ter sido proferidos contra ministros do Supremo Tribunal Federal. Tendo tudo isso em mente, o ministro Celso de Mello determinou que o conteúdo do vídeo deve ser mantido em sigilo até que Augusto Aras se manifeste. O vídeo pode trazer provas contra Bolsonaro caso as denuncias de Moro sejam verdadeuras