O novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, determinou quem vai assumir a superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O nome escolhido foi o de Tácio Muzzi, delegado que até onde se sabe não possui envolvimento com o presidente Jair Bolsonaro. Os movimentos na, e da, polícia federal no Rio de Janeiro vem levantando polêmicas e atraindo atenção de autoridades.
É possível que o nome de Muzzi, que possui um currículo amplo e é alheio a associações, seja uma tentativa para apaziguar as coisas e afastar suspeitas de interferência nas investigações. Muzzi substituirá Carlos Henrique Oliveira, que teve sua posição no órgão mudada em um movimento polêmico. De superintendente, Oliveira foi promovido a diretor-executivo, o segundo cargo mais alto na hierarquia do órgão no estado.
Muzzi atua na polícia federal desde 2003 e, no ano passado, já ocupou o posto como interino depois da primeira troca de direção da PF no estado promovida pelo governo. Como interino, Muzzi ficou por 5 meses como superintendente. O currículo possui alguns cargos importantes: chefe da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, foi diretor adjunto do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperacao Jurídica Internacional, e foi diretor do Depen, Departamento Penitenciário Nacional.
A mudança não foi vista com bons olhos em vários setores, já que a Polícia Federal, especialmente no estado do Rio de Janeiro, esta sob muitas suspeitas desde que o ex-ministro Sérgio Moro abandonou o cargo acusando o presidente Jair Bolsonaro de agir deliberadamente para interferir em investigações em andamento no órgão.
Parte da acusação é de que Bolsonaro tenta proteger deputados aliados e seus próprios filhos de possíveis investigações. Em uma das supostas provas apresentadas por Moro, no Jornal Nacional, consiste em uma troca de mensagens com o presidente onde Bolsonaro teria justificado seu interesse em trocar o diretor-geral da Polícia Federal por uma notícia de investigações se aproximavam de deputados bolsonaristas.