O depoimento do ex-ministro Sérgio Moro, no caso de investigação contra a suposta intervenção de Bolsonaro em investigações da Polícia Federal, apontou a existência de uma possível prova. Segundo Moro, durante uma reunião com ministros e presidentes de bancos estatais, Bolsonaro teria dado um ultimato: ou o então ministro promovia a troca da superintendência da PF no Rio, ou ele trocaria ambos diretor-geral da PF e o próprio ministro da Justiça, na época, Valeixo e Moro.
O desenrolar da história é sabido: Moro teria se negado a apoiar a troca, o que resultou na exoneração de Valeixo e pedido de demissão do próprio Sérgio Moro. Em despacho assinado pelo ministro Celso de Mello, foi ordenado que o Planalto entregasse os registros audiovisuais do encontro onde Bolsonaro teria feito tais exigências.
Ainda acerca da reunião, Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro teria expressado interesse em ter acesso aos relatórios de inteligência da Polícia Federal. Moro afirmou em depoimento que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, teria explicado que esses documentos não podem poderiam ser entregues ao presidente.
Em depoimento, Sergio Moro afirmou que a reunião foi gravada. Com base nas informações passadas, Celso de Mello determinou que o Planalto deve entregar esses registros garantindo a integridade dos mesmos, sem que haja alteração, edição ou até mesmo a omissão. O despacho foi enviado a Secretaria Geral da República, ao secretário de comunicação do Planalto e a Assessoria Especial do presidente.
Ainda na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, os documentos devem ser entreguem em 72h. A gravação do encontro foi confirmada pelo próprio presidente que já havia ameaçado divulga-las mas voltou atrás. O caso se tornou ainda mais dramático com a nomeação de Rolando Alexandre de Souza a diretoria-geral da Polícia Federal, já que seu primeiro ato foi trocar a superintendência da PF no Rio de Janeiro.