Salvador Ramos continua sendo o grande alvo de investigações e interesse público no estado do Texas. O jovem, que havia acabado de completar 18 anos de idade, invadiu uma escola primária e atirou contra alunos e funcionários.
O grande esforço agora é o de entender as motivações do crime. Em casos como esse, de grande apelo público, existem muitas perguntas e a polícia precisa responde-las, já que o atirador acabou sendo morto durante o massacre.
Segundo relatos de vizinhos e amigos, Ramos foi um garoto tímido e gentil, que acabou se tornando violento com o tempo. Um jovem, que se considera o melhor amigo de Ramos na ensino fundamental, afirma que o jovem era vítima de bullying.
Ramos foi uma criança que tinha dificuldade para falar e frequentemente gaguejava, o que o tornava alvo de piadas. O rapaz que se identifica como seu amigo, Garcia, conta que as coisas pioraram quando ele e sua mãe se mudaram do local.
Com a mudança de Garcia, Ramos teria se tornado ainda mais introspectivo e chegou a parar de ir pra escola. Com o passar dos anos, Garcia passou a ter comportamentos violentos e falar sobre crimes.
Outro amigo, identificado como Valdez, relata um episódio em que Ramos mutilou o próprio rosto. “Então ele me disse a verdade, que ele cortou o rosto com facas repetidas vezes (…) Eu estava tipo, ‘Você é louco, mano, por que você faria isso?’”, lembrou o jovem; Ramos teria respondido que se cortou por diversão.
O bullying perdurou até o ensino médio, como relatam amigos. Em certa ocasião, Ramos postou uma foto usando delineador e logo passou a ser alvo de comentários homofóbicos, sendo chamado de gay de forma ofensiva.
Vizinhos também relatam que, meses antes do massacre, Ramos começou a ter brigas constantes com a mãe, chegando a envolver polícia. A mulher era usuária de drogas, ao que tudo indica, e por conta dos atritos Ramos passou a morar com a avó.
Uma prima de Ramos, identificada apenas como Mia após pedir para não ter o nome revelado, conta que Ramos não tinha habilidades sociais. Ela relata que o primo evitava interações, especialmente depois do bullying na escola, e não conseguia manter amigos. “Ele levava as coisas longe demais”, explica.
“Acho que ele precisava de ajuda mental. E mais proximidade com sua família. E amor“, lamenta o amigo, Garcia, que relata ter passado mal ao descobrir sobre o massacre. Garcia afirma que, mesmo com o comportamento estranho do amigo, nunca imaginou que ele poderia machucar alguém.