O Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 foi divulgado e trouxe, entre a lista de prioridades, o grupo de pessoas presas. Isto significa que a população carcerária vai receber a vacina primeiro, junto com outras populações consideradas prioritárias.
A decisão, no entanto, encontra resistência em diversas parcelas da população que julga “injusto” que presidiários, isto é, pessoas “em dívida com a sociedade”, recebam doses da vacina antes de outros grupos, especialmente porque ainda não existe vacina para todo mundo.
A polêmica, no entanto, pode encontrar uma explicação bastante esclarecedora entre especialistas. Cientistas em saúde pública explicam que o ambiente prisional é favorável a proliferação de doenças e pode ser ideal para a evolução do vírus.
Por serem ambientes geralmente superpopulosos, com má circulação de ar, má iluminação, más condições de higiene básica e outros exemplos de baixa estrutura, acabam facilitando o surgimento de surtos de doença.
Neste cenário, não vacinar os presos com urgência significaria colocar em risco não apenas os próprios presidiários, como também os funcionários que trabalham nesses ambientes e toda a população das cidades em que estão instalados os presídios.
No Brasil, a contabilização de casos em presídios sofre com uma defasagem. Mas, para se ter ideia, os números oficiais apontam que 90 servidores de presídios públicos já morreram por covid-19, outros 12,5 mil já tiveram a doença. Entre presos, foram 33.905 casos da doença confirmados e 126 óbitos pela doença.