População russa usa emojis para enganar a censura e marcar protestos contra a guerra

O mundo assiste horrorizado o desespero da guerra.

Na Rússia, a liberdade de expressão é controlada pelo governo, sendo que protestar contra ações do governo é expressamente proibido. Sabendo disso, as pessoas que vivem no país evitam postagens e ações que possam chamar a atenção negativa.

Alguns, no entanto, não abrem mão de seus direitos e participam de protestos, como foi o caso de milhares de russos que protestaram contra a guerra na Ucrânia. Para conseguir organizar os protestos e convocar as pessoas, cidadãos russos usaram códigos para se comunicar.

No dia 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, uma imagem curiosa começou a se espalhar pelas redes sociais. Tratava-se de uma sequência de emojis caminhando e no meio a imagem de um poeta russo ao lado do número sete.

O poeta é Pushkin e ele tem uma praça em Moscou com seu nome. Este era o local da reunião, e o número sete marcava a hora. Para as autoridades russas, no entanto, o código era fácil de ser decifrado e a presença deles na ocasião estava garantida.

Desde o ano de 2014, protestos na Rússia estão proibidos por lei, como citado anteriormente. Quem descumpre a lei pode ficar detido por até 15 dias ou, no caso de reincidência, até cinco anos atrás das grades.

Protesto contra Putin em Moscou em 6 de maro de 2022
Reprodução/EPA/BBC News

Muitos daqueles que se arriscam a protestar ou postar abertamente contra ações do governo acabam presos dias depois. Mais de 14 mil russos já foram presos por esta razão desde o início do conflito com a Ucrânia.

Escrito por

Fabiana Batista Stos

Jornalista digital, com mais de 10 anos de experiência em criação de conteúdo dos mais diversos assuntos. Amo escrever e me dedico ao meu trabalho com muito carinho e determinação.