Há semanas, uma grande preocupação cercava a pandemia do novo coronavírus: pessoas teoricamente curadas estavam testando positivo para o vírus novamente. Cientistas então começaram a tentar descobrir porque o teste voltava positivo e se era possível que pessoas já infectadas pudessem contrair novamente a doença. Caso confirmado, esse cenário poderia tornar a nova pandemia ainda mais catastrófica.
Boa parte da população que contrai o novo vírus e se recupera (atualmente cerca de 1 milhão e 100 mil pessoas em todo o mundo) imaginava que dali em diante estava imune ao vírus, já que teria supostamente desenvolvido anticorpos. Se os novos positivos em pessoas curadas se confirmasse, esse seria um grande golpe na sensação de segurança de todas essas pessoas e um motivo maior de preocupação global.
Maria van Kerkhove, líder técnica da OMS, no entanto, esclareceu que essas pessoas na realidade são falsos positivos e explicou porquê. Segundo Kerkhove, o que os exames estão revelando na verdade são as células mortas afetadas pelo coronavírus que estão emergindo enquanto os pulmões se curam. Então o que os falsos positivos demostram, na verdade, é o processo de recuperação dos pulmões e não uma reinfecção.
Kerkhove, no entanto, explicou que os cientistas ainda tentam descobrir se uma pessoa curada do novo coronavírus se torna imune a doença de fato. A infectologista explicou que o que se sabe até o momento é que: uma pessoa recuperado desenvolve anticorpos, mas não se sabe ainda se esses anticorpos são suficientes para torna-la imune e, se são, por quanto tempo.
A entrevista foi dada a Andrew Marr Show, da TV britânica BBC, através de chamada de vídeo. Os esclarecimentos de Kerkhove tornam claro que a ciência, embora fundamental, ainda está tentando alcançar o vírus para neutraliza-lo. Justamente por isso, é fundamental manter o andamento de pesquisas e financiar novos estudos científicos sobre o tema.