Uma reportagem exclusiva da emissora CNN deu detalhes sobre um tratamento inédito contra a HIV que vem sendo desenvolvido por médicos brasileiros da Universidade Federal de São Paulo. Os resultados mostram eficácia do tratamento, que pode ser a cura para a aids.
De acordo com a reportagem, os médicos estão acompanhando um paciente que vinha lidando com a síndrome da imunodeficiência adquirida, a aids, que é causada pelo HIV, há 7 anos. Depois de se submeter ao tratamento, esse paciente não apresentou mais o vírus.
O paciente, que não foi identificado, está há 17 meses sem fazer uso dos medicamentos de controle e, mesmo assim, não apresentou carga viral em seu organismo. Os médicos, no entanto, ainda estão adotando uma postura mais moderada e mantêm a calma.
A qualidade de vida do portador de HIV hoje em dia já é praticamente igual a de uma pessoa não portadora, graças ao avanço da ciência nos tratamentos. Mas esse novo método pode eliminar o vírus e dispensar o uso dos remédios que são recomendados hoje.
O estudo é coordenado pelo infectologista Ricardo Sobhie Diaz, que deu alguns detalhes sobre o caso. De acordo com Diaz, o paciente se submeteu a exames muito precisos e acurados e não apresentou o vírus em seu organismo.
Diaz relatou ainda que o paciente tem apresentado uma queda notável de anticorpos contra o vírus, o que é outro indicador de que o vírus não está mais presente no organismo do paciente. Esta é uma evidência de grande valor científico, mas Diaz prega calma.
O tratamento conta com duas frentes diferentes que se complementam: primeiro, são ministrados medicamentos capazes de eliminar o vírus durante seu período de replicação. Depois, uma vacina que estimula o sistema imunológico a combater as células infectadas que não foram eliminadas pelo remédio.
O ensaio clínico contou com a participação de 30 voluntários, todos com a carga viral indetectável em uso do tratamento disponível atualmente. Os voluntários foram divididos e cada grupo recebeu uma combinação diferente dos medicamentos.
Hoje, no mundo, existem dois pacientes considerados curados do vírus. O “paciente de Londres”, Adam Castillejo, e o “paciente de Berlim”, Timothy Ray Brown, se submeteram a tratamentos baseados em transplante de medula óssea.
A pesquisa brasileira agora tenta aprovação da ANVISA para realizar um novo ensaio clínico, desta vez com 50 voluntários.