Depois de meses de debates e fortes manifestações de mulheres em todo o país, o Senado decidiu pela legalização do aborto em todo o país. A partir de agora, mulheres que decidirem interromper a gravidez tem até a 14º semana para fazê-lo de forma legal, pelo sistema de saúde, de forma gratuita.
A decisão foi cercada de polêmica e manifestações contrárias também, mas conta com apoio do atual governo federal. Ao longo dos últimos meses, foram muitas as manifestações populares pressionando pela legalização.
A lei torna a Argentina o primeiro país de grande extensão da América Latina a legalizar o aborto, sendo uma decisão histórica. Na votação, 29 senadores votaram contra, 39 votaram a favor e um se absteve de votar. A nova lei substitui um documento de 1921.
De acordo com a legislação anterior, a interrupção da gravidez era crime, salvo casos de abuso ou em casos onde a saúde da mãe era colocada em risco pela gestação. Apesar da lei, há poucos meses, uma menina de 11 anos foi obrigada a se submeter à cesárea.
A gestação era fruto de um abuso cometido contra a menina e também trazia riscos à saúde dela, ainda assim médicos se recusaram a interromper a gestação e forçaram a criança em uma cesárea. O caso deu ainda mais combustível às manifestações pró-aborto.
Cuba, Uruguai, Guiana Francesa, Guiana e algumas regiões do México também já legalizaram a interrupção da gravidez livre.