A última sexta-feira (08) ficou marcada para um grande grupo de alunos de uma escola estadual em Recife. O Samu precisou ser acionado para atender um caso de crise de ansiedade coletiva, com 26 alunos apresentando sintomas.
O caso ganhou repercussão após comunicado da Samu, confirmando que 26 alunos apresentaram mal-estar, identificado como crise de ansiedade. Eles foram atendidos no local e não necessitaram ser levados para o hospital, mas o caso acendeu alertas.
De acordo com o comunicado, o grupo apresentava crise de choro, com falta de ar e tremores. Segundo relatos de colegas, tudo começou em uma turma, com poucos alunos e acabou se “espalhando” pela escola.
Segundo os relatos, o som de grito e choro dos alunos foi ouvido por outras turmas, de outras salas. Em poucos minutos, alunos de salas diferentes começaram a apresentar sintomas. O gatilho para o episódio pode ser múltiplo, como explica o psicoterapeuta cognitivo-comportamental Igor Lemos.
Procurado pelo G1, ele explicou o conceito de “adoecimento partilhado”, que é o que parece ter acontecido na unidade escolar.
Se uma pessoa está com a saúde mental em dia e acaba se relacionando com uma pessoa que tem um funcionamento muito desequilibrado, ela adoece junto porque o cérebro mimetiza. Porém, de maneira coletiva, num grau como foi na escola, não é tão comum
No caso de Recife, muitos fatores estão agindo sobre a saúde mental dos alunos. No ensino médio, os adolescentes vem de dois anos sem aulas regulares, com preocupações em relação a emprego e faculdade, pressionados pela situação socio-economica do país e, em topo de tudo isso, a semana de provas.
Depois do ocorrido, a escola decidiu adiar as provas que ainda faltavam.