Muita gente respirou aliviada ao saber que a nuvem de gafanhotos, que seguia em direção aos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, desviou de curso e agora segue em direção ao Uruguai. A chegada dos bichos gerava apreensão e medo entre produtores.
Os dois estados já haviam declarado estado de emergência e monitoravam a movimentação da nuvem, mas tudo indica que as coisas estão sob controle, pelo menos por enquanto. O governo federal decretou, via Diário Oficial, estado de emergência fitossanitária.
A nuvem de gafanhotos é natural da África e comum no continente, especialmente em algumas regiões, mas sua migração para as Américas é extremamente rara e pegou a muitos pesquisadores e cientistas de surpresa. O Brasil se prepara para a chegada dos insetos.
O governo já havia destinado uma ação de 400 aviões para a região, caso a chegada da nuvem de gafanhotos se concretizasse. Especialistas, no entanto, apontavam que a temporada de chuvas poderia espantar os bichos, que preferem clima seco e quente.
As esperanças seguem firmes porque nenhum produtor da região fronteiriça do Brasil com a Argentina avistou nenhum dos bichos, embora o governo ainda não tenha confirmado estado de tranquilidade. Cientistas seguem observando a migração.
O potencial de devastação da nuvem é muito grande, especialmente em vastas áreas de plantação aberta. Esse é um bicho que se move, em média, cerca de 150km por dia, o que pode provocar uma destruição nunca antes vista na história moderna do Brasil.
Especialistas explicam que a migração da nuvem depende bastante do clima, especialmente a intensidade e direção dos ventos. A previsão de chuva para a região do Rio Grande do Sul provoca uma sensação de alívio, mas não garante segurança.
O que mais intriga é que os pesquisadores não conseguem prever quanto tempo levaria para que a nuvem de gafanhotos se diluísse completamente, mas podemos estar lidando com uma ameaça de longa duração.