A morte do manobrista Luciano Vieira Ferreira, 27, tem gerado revolta em moradores da região do Santo Amaro, São Paulo. O rapaz foi morto por policiais durante uma abordagem, mas testemunhas acusam a polícia de forjar o flagrante para justificar o disparo.
Segundo o boletim de ocorrência, registrado pelos PMs, os agentes Eder Diego Worn e Jeorge Araújo Correia receberam informações sobre um assalto que teria sido realizado por indivíduos em uma moto, momento em que três motocicletas passaram pelos agentes, que iniciaram a perseguição.
Após perder de vista as duas outras motos, os agentes abordaram Luciano e um amigo dele, que estava na garupa. Segundo o boletim, Luciano tinha uma arma e resistiu à abordagem. O boletim destaca ainda que o PM Eder disparou contra o manobrista porque o rapaz teria levado a mão à cintura, levando o agente a temer por sua vida.
No entanto, moradores da região questionam a versão da polícia. Segundo informações apuradas pelo UOL, um policial chega a dizer que “no boletim, será dado um jeito”, ao ser questionado por morador sobre porquê Luciano foi baleado. A declaração foi captada em vídeo.
O caso começou a ganhar repercussão quando vídeos começaram a circular nas redes sociais mostrando o corpo de Luciano no chão. Vários vídeos foram filmados e moradores são ouvidos questionando a ação da polícia e ressaltando que não havia arma no local, apenas o celular e o boné do rapaz.
A polícia confirmou que Luciano não tinha antecedentes criminais. Os policiais apresentaram uma arma, calibre .38, que seria de Luciano. A família não se manifestou, por medo de represálias. Pessoas que conheciam Luciano não quiseram se identificar mas negaram que o rapaz tivesse posse ou porte de arma de fogo.