O G1 trouxe novas revelações sobre o caso da idosa que era mantida em situação análoga à escravidão na Zona Norte do Rio de Janeiro, no bairro da Abolição. A reportagem teve acesso aos dados do depoimento e revelou detalhes sobre a rotina da idosa.
A mulher tem 63 anos atualmente e vivia com a família há 41 anos, trabalhando como empregada doméstica, sem acesso a direitos trabalhistas. Ao longo das 4 décadas, a mulher revela que não teve direito a salário, ou décimo terceiro, ou limite de carga horária.
As jornadas de trabalho chegavam a 11 horas por dia e a mulher era cobrada a se manter disponível integralmente às necessidades da família. A idosa era responsável por cuidar da mãe da empregadora, que sofre de Alzheimer.
Pela rotina pesada, a idosa não tinha tempo para se alimentar corretamente. Além disso, a idosa era mantida em um quarto, nos fundos da propriedade, mal iluminado e pouco arejado. Seus pertences eram “guardados” em sacolas e caixas de papelão.
No local, a idosa não tinha acesso a energia elétrica e nem relógio. Para calcular as horas do dia, se baseava na posição do sol e chegou a afirmar, em depoimento, que não “manda na própria vida”. A idosa ainda coletava ferro velho e latinhas para ter alguma renda.
A idosa teve covid-19 e não teve acesso aos medicamentos, além disso também teve liberado o auxílio emergencial, mas o dinheiro ficou retido com a empregadora.