O Talibã tomou, há poucos dias, o controle da capital do Afeganistão, Cabul. Com isso, o grupo passa a ter controle da maior parte das regiões do país. Para os afegãos que vinham sonhando com um país melhor, a ocupação do grupo é uma ameaça indescritível.
O Afeganistão é um país de origem muçulmana, mas a maioria dos fieis adotam uma versão interpretada e atualizada dos dogmas da religião – assim como acontece com o cristianismo, por exemplo – por entenderem a passagem do tempo e as mudanças sociais.
O Talibã, por sua vez, não apenas faz uma leitura ultraconservadora da religião como também impõe a sua própria interpretação a todo o país. Com isso, o esperado é que o Afeganistão entre em um período de caos e retrocessos.
Recentemente, um comandante do Talibã falou em entrevista e descartou as chances do país entrar em democracia.
“Não haverá nada como um sistema democrático porque isso não tem nenhuma base no nosso país, nós não vamos discutir qual será o tipo de sistema político que vamos aplicar no Afeganistão porque isso é claro: a lei é sharia, e é isso”, afirmou Hashimi.
Há alguns dias, o grupo anunciou anistia para todos considerados desleais ao regime e pediu que as pessoas voltem as ruas, inclusive as mulheres. Para este grupo, no entanto, as incertezas são ainda maiores. Embora o Talibã admita uma manutenção dos direitos das mulheres, também afirma que esses direitos serão de acordo com a sharia – o que não esclarece nada.