Mulher morre ao ser tratada com hidroxicloroquina sem autorização da família

Família diz que médicos do hospital em que a mulher, de 54 anos, estava internada utilizaram cloroquina sem pedir autorização ou explicar os riscos. A paciente que tinha pressão alta e colesterol alto morreu.

Uma família de São Paulo vive dias de muita tristeza pela perda de um parente que estava com coronavírus. E a revolta é grande, pois aconteceu uma medicação sem autorização prévia.

A senhora Zemilda Silva Do Nascimento Gonçalves, de cinquenta e quatro anos, procurou um Upa por duas vezes antes de ser encaminhada para um hospital. Na primeira, sentia febre e tinha tosse e coriza. Na segunda, já apresentava dificuldade para respirar. Nas duas ocasiões, recomendaram que voltasse para casa.

Ao perceber a piora da irmã, Zileide Silva do Nascimento acionou o atendimento do SAMU no dia vinte e oito de abril. Foi quando Zemilda deu entrada no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes, que é indicado para pacientes com Covid-19. O local é o mais bem preparado para esse tipo de assistência naquela região.

A paciente permaneceu internada por quatorze dias. Durante esse período, o médico Renan Kenji Hanada Pereira telefonou para Zileide comunicando que sua irmã estava estável, mas que decidiram fazer uso da medicação cloroquina.

A irmã, Zileide, ainda se questionou sobre a utilização do remédio só naquele dia, mas, sem informação sobre os riscos que ele poderia causar, achou que estivesse tudo certo.

Mas, a má notícia veio no dia onze de maio, quando foi informada de que sua irmã havia falecido.

Zemilda tinha obesidade mórbida, além de pressão alta e colesterol alto. Esses fatores tornam o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina muito arriscado para pacientes com esse perfil. A OMS já se declarou contrária ao uso desses fármacos alegando ser perigoso para a saúde dos enfermos e por não ter nenhuma eficácia comprovada cientificamente.

Como a paciente não tinha condições de autorizar ou não o uso do remédio, sua família é quem deveria assumir esse papel. Porém, os familiares alegam que só foram informados sobre o início do tratamento. Que não houve explicações sobre os riscos ou pedido de autorização da parte deles. Inclusive, disseram que se soubessem dos perigos, não teriam autorizado.

Zemilda deixou um filho de quatorze anos com síndrome de Down.

 

Escrito por

VANESSA B

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