No último dia 31, Kakau Andrade acabou chamando a atenção da internet – e da polícia – com um discurso adotado durante uma pregação. A pregadora foi filmada durante o sermão dado em uma igreja, na cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
Durante a pregação, a pregadora revelou um discurso bastante discriminatório e repreendeu fiéis que se engajam em causas sociais, que buscam por igualdade de direitos civis para pessoas negras e para a comunidade LGBTQIA+.
Enquanto pregava, Andrade orientou os fiéis a parar “de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay”, se referindo ao uso de redes sociais e chamou de “vergonha” a atitude daqueles que se engajam em causas. As palavras não pegaram bem e a pregadora acabou sendo criticada.
O vídeo foi publicado pela própria página da Igreja Sara Nossa Terra, pelo grupo jovem. Em outro ponto do sermão, Andrade ainda afirma que “é um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí”.
A repercussão do vídeo foi tanta que chegou ao conhecimento da polícia. No Brasil, racismo e homofobia são crimes. Conforme entendimento da lei, um direito não pode se sobrepor ao outro. Isto é, mesmo estando fazendo um discurso religioso e detendo de liberdade de expressão, ainda assim os crimes de racismo e homofobia podem ser punidos.
O delegado titular da 151ª DP, Henrique Pessoa, explicou que a abertura do inquérito tem por objetivo analisar o vídeo e constatar se houve crime. Andrade, diante de toda a polêmica, acabou se manifestando.
Por meio de nota, a pregadora afirma que foi “infeliz nas palavras escolhidas” e também afirma que não possui “nenhum tipo de preconceito”. No fim da nota, a pregadora também afirma que suas palavras não representam a opinião da Igreja, nem do pastor – que a própria pregadora ressalta ser um homem negro. A Igreja, por sua vez, afirmou que não vai comentar o caso.