Mulher escravizada em MG tinha pensão de R$ 8 mil por mês roubada para pagar os caprichos da família que a mantinha ‘presa’

Madalena foi obrigada a se casar em 2001 pela família que a escravizava.

Mais um capítulo devastador sobre a vida de Madalena Gordiano, que foi mantida presa em condição análoga à escravidão por cerca de 38 anos, em Minas Gerais, acabou de vir à tona.

Auditores fiscais, que também fazem parte da equipe de investigação sobre este caso que chocou o Brasil, descobriram que Madalena tem direito a uma pensão mensal de R$ 8,4 mil por ter sido casada com um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial.

Segundo as informações da reportagem do portal ‘UOL’, Madalena jamais teve acesso ao dinheiro que lhe era de direito, ele era administrado por Maria das Graças Milagres Rigueira e seu filho, Dalton César Milagres Rigueira, por 17 anos.

Foi com este dinheiro que Maria das Graças custeou a faculdade de medicina da filha e vários caprichos da família, apontam as investigações.

Madalena foi obrigada a se casar com o tio de Valdirene Lopes da Costa, esposa de Dalton, no ano de 2001. Todos sabiam que o idoso, que na época tinha 77 anos, estava com a saúde debilitada, o casamento foi arranjado para que Madalena pudesse receber as pensões. Marino Lopes da Costa morreu no ano de 2003, aos 80 anos de idade e desde então Maria das Graças recebe o valor das pensões.

Além do pagamento da faculdade da filha, os membros da família eram vistos com frequência nos melhores restaurantes da cidade. De acordo com as investigações, sem o dinheiro da pensão de Madalena, a família que é uma das mais tradicionais de Patos de Minas (MG), não teria condições de manter o padrão de vida que vivem.

 

Escrito por

Fabiana Batista Stos

Jornalista digital, com mais de 10 anos de experiência em criação de conteúdo dos mais diversos assuntos. Amo escrever e me dedico ao meu trabalho com muito carinho e determinação.