Morre suspeito de furtar casa paroquial atropelado por padre que não prestou socorro

O atropelamento foi filmado por câmeras de segurança, onde é possível ver o padre jogando o carro em cima do suspeito e fugindo em seguida

Na manhã da última quarta-feira (27), morreu o homem suspeito de furtar a casa paroquial da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior do estado de São Paulo, no dia 7 de maio deste ano. Ele teria na época, sido atropelado pelo padre Gustavo Trindade dos Santos.

O homem chamava-se Angelo Marcos dos Santos Nogueira, sendo que estava internado na Santa Casa de Misericórdia da cidade, ele apresentava em seu quadro clínico: dificuldade para comunicação, perda de massa muscular e a necessidade de usar fraldas.

O suspeito do furto tinha já sido hospitalizado em outras duas ocasiões, sendo uma em Ourinhos também no interior de SP, mas recebeu alta para se tratar em casa. Porém, ele precisou nas últimas semanas de uma nova internação.

E no mês passado, para ser mais específico no dia 17, o MP (Ministério Público) apresentou denúncia de tentativa de homicídio conta o padre, qualificado pela “utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima”.

Segundo Reginaldo Garcia – promotor do caso, se configura ainda como qualificadora, pois o suspeito foi atingido sem que “pudesse supor ou esperar semelhante atitude”, sendo de surpresa.

O delegado que investiga o caso, Valdir de Oliveira, diz que agora provavelmente com a morte de Angelo, novas perícias sejam feitas afim de elucidar se sua morte está diretamente relacionada com o acidente.

Se isso for comprovado, o caso pode ainda mudar de patamar – e não mais ser tratado como tentativa de homicídio e sim como homicídio.

Imagens de segurança mostram que no dia do acidente o padre atropelou o suspeito na Avenida Tiradentes, o arremessando longe.

VERSÃO DO PADRE

Ele diz que tinha terminado de realizar um casamento, quando escutou o alarme da casa paroquial soar, avistando em seguida um rapaz pular o muro e fugir do local.

O padre explica que ele e uma pessoa que estava com ele no carro, pediram para o homem parar quando o perseguiam.

Porém, as imagens que mostram o momento do atropelamento indicam que os vidros do carro estavam fechados durante todo percurso.

O religioso ainda diz que no momento que ele conduziu o veículo na calçada para parar o suspeito, o homem se jogou em cima do capô do carro.

Ainda sobre não prestar socorro, o frei disse que ficou com medo do suspeito estar armado. E disse, que vendo pessoas na rua, pediu que elas chamassem a polícia.

Após o acidente, ele disse que foi até o convento local que morava, guardou o carro (pertencente à Diocese de Ourinhos) e em seguida viajou para cidade de Ribeirão Preto (SP), onde aproveitaria o Dia das Mães e depois comemoraria seu aniversário.

INVESTIGAÇÃO

A Polícia descobriu que mesmo habilitado, o padre teria que ter renovado sua CNH em fevereiro de 2020, ou seja, estava há dois anos com carteira de motorista vencida.

Os advogados do religioso apresentaram um documento da UE (União Europeia) que o permitia dirigir. O aceite, do tempo em que ele morava na Espanha, no entanto, não é válido em território nacional. Por esse delito, Gustavo deve responder apenas administrativamente junto ao Detran.

Mesmo com inquérito indiciando o padre por tentativa de homicídio qualificado. Nas duas ocasiões que a polícia pediu prisão preventiva do padre, o MP (Ministério Público) se posicionou contrário a prisão.

Segundo boletim de ocorrência o suspeito que posteriormente morreu, furtou da casa paroquial uma camiseta e três moletons.

Escrito por

Renan Bertoni Soares

Rnena Bertoni Soares, colunista de notícias policiais, curiosidades, famosos, culinária, política e variedades!