Ministro da Saúde, Nelson Teich, é surpreendido em coletiva sobre determinação de Bolsonaro

Visivelmente transtornado, Teich levou algum tempo para entender o que estava acontecendo e depois se limitou a dizer que essa era uma medida do presidente, que não cabe a ele ou ao seu Ministério.

O ministro da saúde Nelson Teich foi surpreendido durante uma coletiva de imprensa sobre a edição do Diário Oficial. Teich prestava contas sobre as medidas do governo no combate a pandemia, quando jornalistas o surpreenderam com a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro havia incluído salões de beleza, barbearias e academias de ginástica na lista de serviços essenciais.

Visivelmente transtornado, Teich levou algum tempo para entender o que estava acontecendo e depois se limitou a dizer que essa era uma medida do presidente, que não cabe a ele ou ao seu Ministério. A cena circulou nas redes sociais e levantou a dúvida sobre a comunicação entre o Ministério e as decisões do presidente Bolsonaro.

Vale lembrar que o relacionamento entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro Mandetta se desgastou conforme ocorriam embates na forma de conduzir a gestão de crise. Teich assumiu o cargo com um discurso mais alinhado ao do presidente, ou seja, mais focado na defesa da economia, mas ainda assim não parece ter sido suficiente para estabelecer um diálogo aberto.

Sobre a nova decisão, Bolsonaro defende que esses serviços estão associados a saúde da população. Teich não se prolongou muito comentando a novidade, mas afirmou que a abertura precisa acontecer apenas quando houverem condições de garantir que não há risco elevado de contágio. A decisão, apesar de já decretada, não muda as coisas imediatamente. Governadores e prefeitos tem a prerrogativa de decidir acerca das suas regiões. Isso significa que mesmo com a decisão do presidente Jair Bolsonaro, cada região decide se vai acatar e, se decidir por acatar, como esse processo acontecerá.

Na Coletiva, antes de ser surpreendido, Teich falou um pouco sobre a proposta de mudança no combate ao vírus. O ministro afirmou que o modelo adotado hoje no Brasil pode favorecer que os casos se tornem graves, então o Ministério da Saúde defende uma abordagem mais preventiva, que impeça casos leves de se tornarem graves.

Escrito por

Roberta R

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