O desespero desta filha que viu a vida de sua mãe esvair sem receber atendimento médico no Hospital do Andaraí, mostra que o sistema de saúde no Rio de Janeiro entrou em colapso há muito tempo.
Elisângela Souza de Almeida, de 45 anos, ficou por muito tempo aguardando por um atendimento digno. Segundo as primeiras apurações a família tentou a todo custo que Elisângela recebesse atenção médica pois ela estava em sofrimento.
Desesperados os familiares acionaram a Polícia Militar, quando os agentes chegaram ao hospital para atender a ocorrência encontraram o médico da emergência dormindo o que gerou muita revolta.
Elisângela morreu cerca de uma hora após da chegada dos policiais militares, durante a realização de uma tomografia na última quinta-feira (1º).
O urologista Arthur Vinícius de Andrade Cesar, foi preso em flagrante por homicídio culposo.
Rayane Almeida, filha de Elisângela fez um duro desabafo de como sua mãe foi acolhida e tratada no hospital. A jovem contou que as pessoas que estavam no local ficaram em choque ao testemunharem o desespero e o sofrimento de Elisângela.
Ainda segundo Rayane o que ela sente não é só tristeza, é mais que revolta, por ter visto sua mãe ser tratada como “lixo”.
“Minha mãe não morreu de câncer, ela foi assassinada. A sensação para quem estava lá vendo o desespero dela, todo sofrimento, é mais do que de revolta. É um misto de tristeza, de raiva, porque a gente esperava o mínimo do ser humano, de uma pessoa que fez um juramento de salvar vidas. Ele tratou minha mãe como se fosse lixo”, disse Rayane.
O médico foi ouvido pela polícia, pagou uma fiança de R$ 10 mil e foi liberado. Elisângela deixou duas filhas, uma enteada e o viúvo. Ela foi sepultada no Cemitério Municipal de Mesquita, na Baixada Fluminense.
