Foram sete meses internada até que a bioquímica Aída Younes, de 67 anos, finalmente tivesse alta. Em alguns momentos, seu quadro chegou a ser tão grave que os médicos duvidavam de que ela seria capaz de se recuperar.
A médica Ludhmila Hajjar foi quem tratou de Younes, que esteve internada no hospital Vila Nova Star. Para a médica a experiência também foi imensa e transformadora. “Foi um dos casos mais desafiadores da minha carreira. Renovei minha fé na Medicina e com certeza é um caso que me fez uma médica melhor“, afirmou.
A luta da paciente começou ainda em novembro, com um quadro de covid. Após quase 50 dias internada, os médicos chegaram a dar alta, mas antes mesmo de sua saída do hospital a paciente já demonstrou complicações e a alta foi revogada.
Aída foi uma verdadeira lutadora pela vida. Ao longo de todo o período internada, ela passou mais de 100 dias entubada, teve 12 infecções, precisou de hemodiálise e transplante de fígado, sofreu com hemorragias, desnutrição e teve falência temporária dos rins.
Quando finalmente teve alta, Aída deixou o hospital sob aplausos da equipe médica. Acompanhada da irmã, ela finalmente voltou para casa depois de meses de incerteza e medo.
A médica Hajjar destaca que cada paciente da covid-19 precisa ser analisado de forma individualizada, já que a doença é ainda muito desconhecida e dinâmica. A experiência com Aída deixou “muito cristalino que o foco do tratamento tem que ser no paciente, não especificamente na doença“, nas palavras da médica.