Um caso na cidade argentina de San Salvador de Jujuy tem incendiado ainda mais as discussões sobre aborto no país. Uma menina de apenas 12 anos engravidou de gêmeos depois de ter sido vítima de abuso, mas teve o direito ao aborto negado.
No país, em casos como o da menina o aborto é legalizado e indicado por médicos, a exemplo do que também acontece no Brasil, no entanto, a menina não pôde realizar o procedimento. A garota acabou internada e precisou passar por cesárea.
O parto, no entanto, não foi bem-sucedido e, de acordo com informações locais, os fetos não sobreviveram. O caso tem gerado polêmica. A menina recebeu alta e agora está com autoridades de proteção a criança, porque não pode voltar para a casa dos pais.
A organização de médicos da cidade declarou repúdio, através de nota, à maneira como a menina foi atendida nas unidades de atenção a saúde. A entidade afirmou, por nota, que a menina tinha direito a realizar o aborto e repudiou a cesárea.
#Jujuy Desde la Red, repudiamos que no se contemplen los padecimientos de las niñas abusadas, que en manos de quienes deberían protegerlas de las desigualdades ya reinantes en sus vidas, las perpetuan siniestramente, abusándolas desde el Estado.#NiñasNoMadres pic.twitter.com/AvfqXLkpsU
— Red Profesionales de la Salud x Derecho a Decidir (@RedSaludDecidir) November 30, 2020
O caso aconteceu no fim do mês de novembro e agora está recebendo maior atenção devido as discussões sobre aborto no país. Um projeto de lei que torna legal o aborto em todas as situações foi enviado ao Senado.
A Argentina permite o aborto para menores de 15 anos que tenham sido abusadas. O criminoso, responsável pelo abuso e gravidez da menina, não foi encontrado.