Quando vazou a notícia de que a menina de 10 anos grávida seria levada para um hospital em Recife para a realização do aborto, um grupo de religiosos foi para o local e ficou protestando, tentando impedir o procedimento.
Algumas pessoas chegaram a forçar as portas de vidro, tentando invadir o hospital, enquanto chamavam o médico de ‘assassino’ e exigiam que a gravidez da criança não fosse interrompida para que ela tivesse o filho.
Para o médico e obstetra Olímpio Moraes Filho, os protestos não foram nenhuma novidade, pois ele já enfrentou problemas assim e até já foi excomungado pela Igreja Católica duas vezes, sendo que uma foi por realizar um aborto em uma menina de 9 anos, que estava grávida de gêmeos após ser abusada.
O hospital informou que apesar dos protestos, a menina e sua avó praticamente não souberam da manifestação porque foram ‘blindadas’ pela equipe, ficando longe de toda polêmica.
O dr. Olímpio está acostumado com protestos, mas teme pela segurança da própria mãe. O médico já foi alvo de uma bomba de tinta durante um outro protesto, agora o medo é de que alguém tente algo pior.
O médico explicou que antigamente ele lidava com a revolta da Igreja Católica, mas hoje é atacado também por grupos de pessoas que alegam ser representantes da ‘verdade’ e de Deus.
No caso da menina de 10 anos, o hospital informou que ela passa bem após o aborto, mas não foi revelado para onde ela irá após deixar a unidade de saúde.