‘Me senti excluído’: homem que foi impedido de entrar em mercado por uso de máscara transparente denuncia falta de preparo para lidar com deficientes

Alisson Fernandes dos Santos, 43, como milhares de pessoas pelo Brasil, é surdo e precisa de algumas adaptações para algumas tarefas cotidianas.

Alisson Fernandes dos Santos, 43, como milhares de pessoas pelo Brasil, é surdo e precisa de algumas adaptações para algumas tarefas cotidianas. Com a pandemia do coronavírus, por exemplo, ele depende do uso de máscaras transparentes.

Isso porque como não consegue ouvir, ele muitas vezes depende da leitura labial para se comunicar com as pessoas. Assim, ele e a esposa usam máscaras feitas em plástico PETG, que são transparentes e permitem uma comunicação mais facilitada entre eles.

Aline Gonçalves dos Santos, 39, acompanhava o marido e explica que tentou conversar com o segurança do mercado para explicar que a máscara era inclusiva porque o marido é surdo, mas não adiantou. O casal foi impedido de entrar no mercado.

Alisson, que é doutor em bioquímica, vem fazendo uso dessa máscara desde o começo da pandemia. Mesmo no hospital onde trabalha, que é um hospital de referência no tratamento da covid, ele trabalha com a máscara de plástico.

O caso escancarou a falta de preparo para lidar com pessoas que possuem necessidades especiais. Alisson explica que, por ser surdo, precisa ter contato visual com a pessoa com quem se comunica, do contrário é difícil ou até impossível.

“Olhe para mim, eu preciso te ver”, explica ele. O doutor explica ainda que muitas vezes as pessoas não olham em sua direção durante algum tipo de atendimento e isso prejudica seu entendimento. A Anvisa se manifestou afirmando que existe, de fato, a necessidade de máscaras inclusivas.

Escrito por

Roberta R

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