Leniel Borel prestou um comovente depoimento durante o julgamento de Jairinho e Monique Medeiros. Os dois são acusados pela morte de Henry Borel, filho do arquiteto com Monique, que era namorada de Jairinho na época do crime.
Segundo as investigações, Jairo Souza, o dr. Jairinho, se aproveitava do fato de morar com o menino Henry para aplicar sessões de tortura. Ainda para os investigadores, Monique sabia de tudo, mas preferiu se omitir.
Henry morreu em março deste ano, após uma violenta sessão de espancamento, segundo relatórios da necropsia. Jairo é apontado como autor dos golpes que matou o menino, enquanto Monique é apontada como cúmplice por omissão.
Leniel Borel tinha contato frequente com o filho, mas Monique possuía a guarda do menino. Em depoimento, Leniel relatou que Henry manifestava desejo de não voltar para a casa da mãe, mas que ele, Leniel.
O arquiteto relata pelo menos duas ocasiões em que o menino parecia não querer voltar para a casa da mãe. No entanto, um dos episódios coincidiu com o começo das aulas e Leniel afirma ter acreditado que Henry estava chateado por causa da escola.
Ainda assim, Leniel narra que confrontou Monique mas que ela teria dito que “matava” Jairo caso descobrisse alguma coisa. No último dia em que esteve com Henry, Leniel se lembra que o menino chorou muito e chegou a vomitar ao perceber que iria para a casa da mãe.
“Quando no caminho ele percebeu que estava indo ao encontro da mãe, ele começou a chorar muito e vomitar. Eu falei ‘vai filho, a mamãe é boa’. E ele disse ‘a mamãe não é mamãe boa’ (…) Ele foi, chorando muito. Foi a última vez que vi meu filho”, relatou Leniel.