A Defensoria Pública fez um levantamento sobre prisões efetuadas no Rio de Janeiro e foi constatado que está ocorrendo um aumento de violência no momento da prisão. Segundo dados da pesquisa, mais de 1250 presos foram agredidos entre junho de 2019 e agosto de 2020.
Esse estudo realizado pela DP reúne agressões físicas que são caracterizadas por socos, tapas na cara, chutes e agressões verbais. As vítimas que deram depoimento fazem parte do grupo de 85,6% de presos que são agredidos por policiais militares.
Esse número teve um aumento significativo desde o último estudo. De agosto de 2018 a maio de 2019 foram registrados mais de 930 casos de maus tratos e tortura ao ser realizada uma prisão. Agora esse número subiu em mais de 320, o que gera um sinal de alerta para os órgãos competentes.
“Além do aumento dos números absolutos de casos, que subiu de 930 no período 2018/2019 para 1.250 no período 2019/2020, temos de ver que as audiências de custódia”, diz a pesquisadora Mariana Castro.
Outros dados foram pontuados nesse estudo. 96,1% dos casos foram cometidos contra homens de 18 a 40 anos de idade, sendo que 80 deles são pretos, partos ou possuem baixa escolaridade. A grande maioria nem chegaram a cursar o ensino médio. A defensora faz questão de embasar que, seguindo esses perfis, é possível pontuar que há um grande racismo estrutural no sistema.