Um dos valores mais apreciados no mundo como um todo é o valor de liberdade, mas não é em todo lugar que essa ideia tem exatamente os mesmos significados. Por exemplo, no Egito influenciadores digitais podem ser presos apenas por um vídeo dublando canções.
Foi o que aconteceu com Mawada, uma jovem de 22 anos, com mais de 3 milhões de seguidores no Tik Tok e cerca de 1,6 milhão no Instagram. Por violar “valores familiares”, a jovem foi condenada a 2 anos de prisão.
Os vídeos em questão mostravam Mawada vestindo roupas modernas e estilosas, dublando famosas canções pop. Para a promotoria que avaliou o caso, a jovem demostrava comportamento “indecente”. No país, a prisão dividiu opiniões.
Mawada foi presa com outras 4 jovens, todas acusadas do mesmo crime. Além disso, as jovens foram condenadas a pagar também multa, de cerca de R$110 mil. Para a irmã da jovem, Rahma, a irmã só queria ser popular.
Diversos grupos de defesa dos direitos humanos, inclusive a Anistia Internacional, acompanham o caso de perto. A defesa de Mawada alega que as acusações são vagas e que as provas apresentadas pela promotoria foram conseguidas a partir de um vazamento de imagens privadas, que estavam em um telefone que pertencia a jovem, mas que foi roubado.
Mohamed Lotfy, diretor-executivo da Egyptian Commission for Rights and Freedoms, alega que a prisão das jovens demostra um claro caso de discriminação de gênero e que a decisão da Justiça é uma mensagem a jovens mulheres de que “não são livres para falar ou fazer o que querem”.