Enquanto o governo brasileiro insiste na ideia do uso da cloroquina, que já foi desencorajada por diversos estudos mundo afora, países como Estados Unidos e Japão começam o uso de remdesivir, uma droga inicialmente usada contra a febre hemorrágica, o ebola, e que apresenta resultados significativos no combate ao novo coronavírus.
No último dia 30, o FDA estadunidense aprovou em caráter de emergência a droga depois de realizados alguns testes. Menos de uma semana depois, o Japão recorre ao mesmo processo. As regras para liberação de uma nova droga são rígidas no pais, mas o governo japonês acelerou o processo levando em consideração os resultados promissores do medicamento em novos ensaios clínicos.
Além do remdesivir, o Japão também conduz estudos acerca do antigripal Avigan. No começo de abril, o grupo Fujifilm assumiu os estudos com a nova droga. O governo japonês também ofereceu amostras grátis do medicamento para que outros países conduzam seus próprios testes. A droga também vem entregando bons resultados e a expectativa japonesa é de que seja protocolado um novo tratamento contra a doença.
No Brasil, André Kalil é um dos principais nomes quando o assunto é pesquisa acerca da nova droga. Kalil que vive nos Estados Unidos conversou com a Folha sobre o curso das pesquisas com a nova droga. Há 30 anos nos Estados Unidos, o brasileiro atua na Universidade de Nebraska Medical Center e condiz pesquisas sobre o remdesivir, primeira droga liberada no país para o combate ao novo coronavírus.
Sobre o remédio, Kalil foi otimista mas sem deixar de lado a realidade. O cientista acredita que a droga é sim promissora, tendo em vista os bons resultados, mas deve ser vista apenas como uma opção de tratamento e não uma cura. Kalil reforçou ainda que a única cura real para a doença é a vacina, que especialistas acreditam que ainda levará em média um ano para ser comercializada.