Um dos hospitais de maior destaque de São Paulo, Hospital Albert Einstein, anunciou que baniu o uso da cloroquina para o tratamento de covid-19. A decisão segue no sentido contrário à determinação do Ministério da Saúde, mas o hospital garante que já não adotava.
A direção do hospital informou que já não adotava protocolos para o uso da medicação, mas que alguns médicos do quadro hospitalar aplicavam a droga em tratamento off-label, que é aquela modalidade quando médicos prescrevem o medicamento para tratamentos que não constam na bula.
O hospital decidiu banir essa opção dos médicos, já que antes podia ser adotada caso fosse uma decisão autorizada pelos pacientes. Na prática, os médicos do hospital não pode mais sugerir a droga como uma opção de tratamento para a covid-19.
O Conselho Nacional de Saúde já havia pedido que o novo protocolo adotado pelo Ministério da Saúde fosse suspenso. O novo protocolo sugere a recomendação de cloroquina até para casos leves da doença, o que é um risco para o CNS.
O uso do medicamento vem sendo criticado desde que estudos apontaram a ineficácia da droga. Estudos de diversas regiões revelam, na verdade, que o remédio pode causar agravamento de alguns quadros, podendo oferecer complicações à saúde do paciente.
Um dos principais problemas observados pelos estudos são as dificuldades causadas ao sistema cardíaco do paciente. Arritmias e até paradas cardíacas foram observadas em pacientes que fizeram uso do medicamento no controle da covid-19.
De acordo com a Anvisa, o uso de um medicamento em off-label é algo completamente decidido pelo médico, sob seu risco. É também um tratamento que depende do consentimento do paciente, mas o hospital vai se opor a esse tipo de tratamento daqui para frente.
O uso da cloroquina vem sendo uma grande polêmica desde que o governo começou a orientar o uso do medicamento no tratamento da doença.
