A polícia segue investigando as mortes de Rosemary Gomes de Mello, de 67 anos, e a filha dela, Nahaty Gomes de Mello, de 33 anos. As duas foram mortas a tiros e o principal suspeito é o marido de Nahaty, Ricardo Pinheiro Jucá Vasconcelos, de 43 anos.
Quem denunciou Ricardo foi o pai de Nahaty, que chegou a levar um tiro na boca durante o ataque do genro. Mesmo baleado, ele conseguiu ligar para a polícia e pedir socorro. Na denúncia, ele afirmou que Ricardo estava “totalmente transtornado”.
O empresário foi preso e segue em unidade hospitalar porque alega ter sofrido um surto. A Justiça exigiu um exame psicológico que deve apontar se Ricardo é ou não imputável pelos crimes. Para a Justiça, ele alega sofrer de ansiedade, depressão, crise de pânico e outros transtornos mentais.
No entanto, uma foto postada por ele no Facebook gerou questionamentos sobre essa alegação. A foto, do ano passado, mostra Ricardo sorridente segurando um alvo no Centro de Treinamento Tático Oodaloop, onde praticava tiro. Segundo a direção do local, Ricardo “apresentou laudo de uma psicóloga credenciada e laudo de tiro com profissionais credenciados“.
No Brasil, a prática de tiro é liberada, mas é preciso seguir uma série de protocolos, inclusive apresentar laudo que ateste condição psicológica para tal.
Em entrevista ao UOL, o delegado Henrique Paulo Mesquita Pessoa já havia questionado a alegação de Ricardo, que alega não ter estado lúcido no momento do ataque. Henrique ressalta que o tabelião já afirmava, dentro da viatura, ter sofrido um surto psicótico, o que não é muito coerente.
“Quem está em surto psiquiátrico logo após matar a esposa grávida e a sogra não teria tamanha compreensão da situação”, argumentou o delegado, que também relata o comportamento “normal, consciente e controlado” de Ricardo na delegacia.