Homem com câncer nos ossos morre após abordagem violenta da PM: ‘avisou que tinha doença’

Rapaz estava com amigo, que também foi agredido.

Era 10 de novembro quando Chris Wallace da Silva, de 24 anos, saiu de casa para comprar refrigerante. O rapaz estava acompanhado de um amigo, que esta tendo a identidade preservada, quando foi abordado pela polícia e sofreu uma sessão de espancamento.

O amigo afirma que os policiais chegaram questionando se algum dos dois tinha passagem, quando Chris confirmou que havia sido autuado por tráfico de drogas no Tocantins. O rapaz trabalhava como barbeiro atualmente e, segundo a família, já havia cumprido as determinações da Justiça.

A testemunha, que também foi agredida pelos policiais, conta ainda que alertou os agentes sobre a condição de Chris. Desde os 14 anos, Chris sofria com mieloma múltiplo, um câncer agressivo que havia se espalhado pelos seus ossos. O amigo afirma que disse aos policiais que o rapaz não poderia ser agredido porque poderia morrer.

Ainda assim, segundo o rapaz, os policiais mandaram que ambos estendessem o braço e os acertaram com cassetetes. Daí em diante, as agressões evoluíram. No hospital, os médicos constaram lesões no pulmão, rim, braços e cabeça. Relatório aponta que o rapaz sofreu traumatismo craniano, teve os braços trincados, uma grave lesão no pulmão e os rins estourados.

Chris conseguiu voltar para casa, onde foi direto para o banheiro e entrou em crise de convulsão. Segundo a mãe, o rapaz também vomitou sangue e, por meio de gestos (já que não conseguia falar) confirmou ter sido agredido por policiais.

O rapaz foi levado ao hospital, onde permaneceu na UTI por cinco dias, mas não resistiu. A família agora se preparara para entrar com ação contra o estado de Goiás. Para o advogado, Emanuel Rodrigues, a ação dos policiais configura homicídio doloso.

O que a gente está sustentando é que, a partir do momento que os policiais tinham consciência de que ele tinha o câncer ósseo e que uma agressão poderia gerar resultado morte, eles assumiram o risco de produzir o resultado morte. Eles estavam cientes“, afirmou.

Escrito por

Roberta R

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