Homem acusado de agredir médica agora acusa a profissional de violência obstétrica ao lado da esposa

Quevedo afirma que “perdeu a cabeça” quando se deu conta de que Lazzarotto supostamente não converteria o procedimento para cesárea, conforme ele e sua esposa teriam solicitado

No dia primeiro de junho, a médica Scilla Lazzarotto, de 46 anos, se tornou notícia ao denunciar ter sido vítima de agressão por parte do marido de uma paciente. A médica afirma que conduzia o parto da paciente, que estava ali para um procedimento normal, quando o marido a atacou com uma “voadora” e depois com socos que a deixaram inconsciente.

Lazzarotto afirma que a paciente já estava em trabalho de parto e tudo estava caminhando bem, mas o marido demostrava comportamento agressivo e parecia impaciente com a situação, demostrando preocupação com a esposa e bebe. Em certo momento, Lazzarotto afirma que o homem a chamou de torturadora, antes de ameaça-la de morte e depois agredi-la fisicamente.

Agora Wagner Quevedo, 27, marido de Pamela Pinheiro, 27, vieram a público para denunciar a médica por violência obstétrica. A violência obstétrica, assim como qualquer outra violência médica, grosso modo, acontece quando o profissional médico responsável pelos procedimentos submete a paciente a sofrimento maior do que o realmente natural ou justificadamente necessário.

Quevedo afirma que “perdeu a cabeça” quando se deu conta de que Lazzarotto não converteria o procedimento para cesárea, conforme ele e sua esposa supostamente teriam solicitado. O homem afirma ainda que a esposa se queixava de dor e desconforto, quando a médica teria saído da sala e ele, então, a teria empurrado. O homem afirma ainda que não se orgulha do que fez, mas que não teria agredido a médica como ela narrou.

Fernando Uberti, diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), repudiou a violência sofrida pela médica e destacou o que, em sua opinião, é uma tentativa do casal em relativizar a violência cometida por Quevedo. Uberti ressalta que mesmo caso tenha, de fato, havido alguma irregularidade na postura da médica, isso não justifica a violência por ela sofrida. Uberti destacou ainda a intensidade e natureza das agressões.

A polícia agora tenta estabelecer o que de fato aconteceu para indiciar os responsáveis. O hospital escola da UFPel também anunciou a abertura de investigação interna para apurar os fatos acontecidos na madrugada em questão.

Escrito por

Roberta R

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