Governo abre inscrição para o Enem em meio a polêmica sobre o cronograma

Da parte do governo, o ministro da Educação Abraham Weintraub chegou a apontar a “esquerda” como articuladora das manifestações contra a realização do Enem e defende a aplicação do exame.

Mesmo com a desaprovação de especialistas, uma campanha popular contra em decorrência da crise global e o pedido contrário de várias Universidades brasil a fora, o governo confirma a manutenção do cronograma do Enem e abre hoje o prazo para inscrições. A partir das 10 h de hoje (11), estudantes de todo o Brasil poderão se inscrever para prestar o Exame Nacional do Ensino Médio.

No Brasil, há pelo menos dois meses, instituições de ensino tiveram seus anos letivos interrompidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Enquanto boa parte dessas instituições tem elaborado programas para o ensino a distância, especialistas, pais e alunos afirmam não ser suficiente para equiparar as condições. Muitos alegam que os problemas crônicos do ensino público estão ainda mais intensos durante a pandemia. Além disso, muitos alunos não possuem um ambiente confortável para estudar em casa e agora sem acesso a escolas ou bibliotecas, por exemplo, o estudo se tornou ainda mais difícil.

No Rio de Janeiro, 11 instituições cujo ingresso se da através do Enem assinaram um documento pedindo o adiamento do cronograma, alegando que a manutenção das datas prejudica uma parcela dos estudantes que já sofriam com a precarização do ensino antes e agora enfrentam uma situação nunca imaginada com o coronavírus. IFF, UFF, CEFET, UEZO, IFRJ, UFRRJ, UERJ, CP2, UNIRIO e UFRJ assinam o documento.

Da parte do governo, o ministro da Educação Abraham Weintraub chegou a apontar a “esquerda” como articuladora das manifestações contra a realização do Enem e defende a aplicação do exame porque, em suas palavras, “enem não foi feito para corrigir injustiças”. Em outras declarações, Abraham já demostrou que sua visão acerca do exame é de que o Enem é uma competição.

A Justiça Federal de São Paulo chegou a decretar uma medida liminar para que o governo adiasse o cronograma, mas o Tribunal Regional Federal da 3ª Região acatou um recurso do governo e derrubou a liminar.

Escrito por

Roberta R

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