A polícia civil efetuou a prisão de Ricardo Nunes, fundador e ex-acionista principal da rede de lojas Ricardo Eletro. Ricardo é apontado como um dos chefes de uma organização de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. A filha do empresário também foi presa.
Além de Ricardo e Laura Nunes, que já estão sob custódia da polícia, há ainda dois mandados de prisão emitidos contra o irmão de Ricardo, Rodrigo Nunes, e também contra Pedro Daniel Magalhães, diretor da Ricardo Eletro.
As investigações apontam para um desvio de R$400 milhões em impostos nos últimos 5 anos, ao mesmo tempo em que o patrimônio pessoal do empresário aumentava. O Ministério Público de Minas Gerais informou como funcionava o esquema.
De acordo com o Órgão, embora a loja repassasse o valor dos impostos aos consumidores finais, não repassava esses valores ao Estado. A empresa está atualmente em estado de recuperação, enfrentando dificuldade para pagar as dívidas.
Ricardo não registrava os bens adquiridos em seu próprio nome, mas nos nomes das filhas, um irmão e da própria mãe. De acordo com a investigação, esse patrimônio pessoal, registrado entre membros da família Nunes, cresceu durante esses 5 anos, o que classifica o crime de lavagem de dinheiro.
A Justiça tem ainda outros mandados de busca e apreensão para cumprir em Minas Gerais e São Paulo, além de ter determinado o confisco dos bens de Ricardo Nunes, avaliados em R$60 milhões, para devolver o dinheiro ao estado de Minas.
As informações são do G1, que tentou contato com Ricardo e sua assessoria, mas não obteve resposta. O processo de recuperação aprovado para a rede Máquina de Vendas, proprietária da marca Ricardo Eletro, é de mais de R$1 bilhão.
O grupo surgiu em 2010, quando a Ricardo Eletro se fundiu com a rede Insinuante. Essa manobra criou a Máquina de Vendas, que administra as duas marcas e é atualmente a terceira maior rede varejista do Brasil.