Fonoaudióloga é investigada por suspeita de tortura de crianças autistas

Mensagens mostram maneira ofensiva como a profissional falava.

A polícia civil investiga uma série de denúncias e suspeitas contra uma fonoaudióloga de Duartina, em São Paulo. A mulher, que atendia em uma clínica particular, é acusada de maus-tratos contra crianças com Transtorno do Espectro Autista, além de descaso no atendimento e suspeita de tortura.

Foram divulgados prints de mensagens trocadas entre a fonoaudióloga e outra funcionária da clínica, que seria terapeuta ocupacional. As mensagens foram reveladas após uma ex-funcionária procurar a polícia para formalizar a denúncia.

A mulher, contratada como acompanhante terapêutica de uma das crianças, alega ter ficado um mês na clínica, depois de perceber a situação de maus-tratos, para registrar provas e procurar a polícia.

(…) Ainda fiquei na clínica quase um mês para registrar esses momentos. O que eu presenciei nunca vou tirar da cabeça. Não tem sentimento pior. Fiz tudo pelas crianças“, desabafa.

A reportagem ouviu três mães, que não foram identificadas, e todas relataram suspeitas semelhantes. Uma das mães relata que o filho não falava, o que a levou a procurar atendimento. No entanto, após algum tempo, começou a perceber a falta de progresso do filho e também uma resistência em ser tocado nas regiões íntimas.

Outra mãe, cujo filho tem 9 anos, relata experiência parecida. Além da falta de progresso do filho, narra que o menino chegava em casa com as roupas sujas de urina e, às vezes, sem camisa.

Uma terceira mãe soube que o filho, de seis anos, foi agredido com um tapa na boca pela fonoaudióloga depois de mordê-la. O menino, com autismo severo, também teria sido vítima de outros maus-tratos.

Mensagens trocadas pela profissional, as quais a reportagem teve acesso, mostram a maneira debochada e ofensiva como a fonoaudióloga se referia às crianças. Os insultos se repetem, bem como instruções para que colegas mentissem para os pais.

Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

A polícia ainda investiga o crime de tortura, uma vez que as crianças, segundo as suspeitas, eram isoladas em salas específicas do imóvel quando deveriam estar recebendo atendimento. Uma das salas, a qual as mensagens se referem, seria a “sala de luz”.

Escrito por

Roberta R

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