O mundo se chocou com a divulgação do vídeo do homicídio de George Floyd. Por cerca de 8 minutos, Derek Chauvin aparece ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, enquanto este implorava por sua vida e alertava que não conseguia respirar. Imobilizado e algemado, a cena de Floyd sendo torturado por quase 10 minutos e finalmente morto pelo policial circulou o mundo.
Como resultado, manifestações tomaram conta dos Estados Unidos e se espalharam por todo o mundo. Países como Suécia, França, Holanda, Nova Zelândia e Reino Unido já registraram manifestações pedindo justiça e o fim do racismo. Derek e outros 3 oficiais envolvidos na morte de Floyd foram demitidos e a justiça indiciou Chauvin por homicídio em segundo grau, quando o homicídio é intencional mas não premeditado. Ou seja, Chauvin sabia que suas ações causariam dano e teve intenção de comete-lo.
Recentemente, no entanto, a ficha corrida de Chauvin foi divulgada e provocou ainda mais revolta por parte de manifestantes. Acontece que o ex-policial tinha mais de 18 reclamações formais contra a postura do policial. Em 19 anos de carreira na polícia, ele se envolveu em casos polêmicos e de notoriedade nacional.
De acordo com o banco de dados do Departamento de Polícia de Minneapolis, divulgados pela agência Associeted Press, Chauvin foi um dos policiais que mataram Wayne Reyes, acusado de ter esfaqueado duas pessoas antes de supostamente ter apontado uma arma contra os policiais. O homem, de ascendência latina, de 49 anos, foi morto com 42 tiros, dos quais 16 foram disparados por Chauvin.
Em 2008, Ira Latrel Toles, um jovem negro de 21 anos, foi morto por Chauvin mesmo estando desarmado. Em 2011, o latino Leroy Martinez, foi morto em um tiroteio que a própria polícia classificou como “inapropriado”, Derek Chauvin foi um dos policiais envolvidos.
A ficha de Chauvin revela que as ações do policial que resultaram em morte sempre tinham como alvo indivíduos negros ou latinos, escancarando a postura do ex-policial. Em 2005, Derek se envolveu em uma perseguição que terminou com a morte de 3 homens não-brancos, de acordo com a Comunidades Unidas Contra a Brutalidade Policial.
Das 18 queixas contra Chauvin, mais duas cartas de reprimenda, a maioria foi arquivada e Derek continuou atuando nas ruas. Manifestantes defendem que vidas seriam poupadas se policiais violentos fossem retirados das ruas quando queixas fossem apresentadas.