A polícia civil investiga a morte da família em Vila Velha, Espírito Santo, em um crime atribuído à Guilherme Hering Cesar. O rapaz, de 22 anos, esfaqueou os próprios pais e depois tirou a própria vida em uma espécie de ‘ritual macabro’.
O que chegou a ser descrito como “ritual satânico” na verdade, segundo especialistas, está mais próximo de ser um surto psicótico. A tese é reforçada por depoimento de familiares que conviviam com Guilherme e seus pais.
O jovem era estudante de medicina, mas vinha enfrentando dificuldades durante a pandemia. Segundo familiares, Guilherme vinha passando por tratamento psiquiátrico e lidando com transtornos mentais sérios durante a pandemia.
No apartamento onde a família morava, a polícia encontrou os corpos e encontrou diversos símbolos cristãos e que montam uma cena de horror. Para especialistas, no entanto, não é tão simples dizer que se tratou de um ritual satanista.
“Pelo que eu vi, fica nítido que temos um quadro de, no mínimo, delírio. O mais provável é um surto psicótico”, avalia a psiquiatra Letícia Mameri. A profissional ressalta, no entanto, que é difícil determinar o quadro uma vez que não o conhecia.
Já o professor de Ciências da Religião, Edebrande Cavalieri, ressalta o aspecto apocalíptico da cena encontrada pela polícia.
“A casa da tragédia conta uma história e, minha interpretação, ele estava tendo uma atitude de ‘não há mais tempo, então vamos nos livrar’ e ele faz isso levando o pai, a mãe e a si próprio“, avaliou.
Ainda, como destacado pela doutora Mameri, o uso de drogas e bebida alcoólica pode potencializar casos de surto. Segundo a polícia, Guilherme ingeriu, pelo menos, cerveja e vinho na noite da tragédia.