A morte da juíza Viviane Arronenzi ainda vem gerando uma onda de repercussão entre a comunidade civil, mas também entre juristas e legisladores. A promotora Silvia Chakian, do Ministério Público do Trabalho, fez sua análise sobre o caso.
Para a promotora, faltou eficiência por parte do estado na proteção da juíza. A promotora destaca que Arronenzi chegou a ter proteção da polícia militar, depois de denunciar o ex-marido, que chegou a ser enquadrado na Lei Maria da Penha.
A promotora destaca que Arronenzi não deve ser culpada pelo crime cometido contra ela. “Só há um lugar para Viviane: o de vítima de violência brutal”, destaca a promotora. Chakian reafirma que Paulo é o único criminoso em todo o caso.
A promotora ainda fez uma longa reflexão sobre o padrão da violência doméstica e de gênero, que geralmente faz mulheres vítimas, não apenas da violência física, como também de violência psicológica. Chakian destaca que, frequentemente, mulheres não levam devidamente a sério as primeiras ameaças sofridas, tendendo a não acreditar que o ex-parceiro possa concretizá-las.
Chakian também destaca que o crime aconteceu na mesma semana em que um juíz desdenhou da Lei Maria da Penha, e que este fato é “muito significativo de como estamos falhando enquanto Estado”. A promotora defendeu uma ação mais eficaz na proteção das mulheres.
A promotora ainda afirmou a importância de combater esteriótipos de gênero, através de informação e compreensão clara do que a violência de gênero realmente representa, de onde parte.